SEGUIDORES

11 de março de 2010

Debate: Você é Capaz de Perdoar Quem Comete Crimes Violentos?

Esta postagem traz uma novidade. Se refere a um Post que fiz no final de 2009:
Este artigo  recebeu inúmeros comentários maravilhosos que me encantaram. Nesta Primeira Parte, destaco os Comentários feitos pela minha amiga portuguesa Luísa, Autora do Blog Arte & Manhas, entre outros.  Como ela não concordou muito com a minha visão sobre o tema da postagem, a conversa rendeu! E posso garantir que me deu muito o que pensar. Veja...

COMENTÁRIO DA LUÍSA 

Denize,

Compreendo o teu ponto de vista, embora não concorde totalmente com ele. Humilhar nunca. É uma atitude que repudio porque tento não a praticar. Agora, não concordo contigo quando dizes que ninguém erra por querer.


Há quem o faça. Deliberadamente. Muitos comprometem nações inteiras. Assim como alguns, num campo de acção mais restrito, humilham deliberadamente os mais fracos, ou aqueles que julgam mais fracos, numa atitude arrogante e muitas vezes dissimulada.

Beijos
Luísa

MINHA RESPOSTA

Luísa, sempre acho muito interessantes os novos e inteligentes enfoques que trazes nos teus comentários.

Mas concordo contigo até um certo ponto. Também penso que algumas pessoas fazem mesmo tudo o que você citou. Mas acho que elas fazem isso pensando ser a melhor atitude, a que traz mais vantagens.

É difícil para mim falar dos outros, já que não conheço suas trajetórias e motivos. Mas posso falar de mim. Muitas vezes defendi pontos de vista que me pareciam verdades absolutas e que a vida se encarregou de me mostrar que estavam equivocados.

Já tomei atitudes pensando serem as mais corretas, para depois descobrir que existiam alternativas bem melhores e as que escolhi, não trouxeram resultados satisfatórios.

Por imaturidade, medo, orgulho, instinto de defesa, ou seja lá o que for, já fui cruel com algumas pessoas, pensando estar exercendo um legítimo direito de defesa. Se fosse elencar aqui todos os meus defeitos e tudo que já aprendi e pude rever nesta vida, esta resposta ficaria enorme.

Então comecei a analisar que agimos conforme nosso grau de maturidade e entendimento. Penso que a pessoa que lesa, fere, engana, maltrata, etc, assim o faz porque ainda não descobriu que existem outros métodos para atingir seu objetivo que é igual ao de todos nós: encontrar a felicidade. E ela não tem idéia do retorno que vai ter, como colheita dessa plantação equivocada que insiste em realizar. Por que não tenho dúvida, o aprendizado vem para todos nós.

Então, a partir dessa premissa, minha compreensão e compaixão se tornaram mais abrangentes. Isso, aliado aos meus incontáveis defeitos, faz com que não me sinta com as credenciais necessárias para julgar quem quer que seja, embora ainda julgue muitas vezes. Algumas coisas para mim, vão tão de encontro à minha natureza, que ainda me parecem imperdoáveis.

Mas respeito e muito, tua opinião, naquilo que discordamos.

Luísa, olhe o que você fez. Já me empolguei... Quase outro post aqui de novo...rs.

Esta é a minha última postagem deste ano!

A minha primeira postagem de 2010 será de humor, com certeza, para compensar esta aqui..rs

Muitos Beijos!

Denize

COMENTÁRIO DA LUÍSA

Sim, sim, eu compreendo o teu ponto de vista.

Mas repara, a ideia surge-me quando penso: Hitler errou sem querer? Nem consigo conceber. Ele humilhou, torturou e chacinou judeus, polacos, ciganos e sei lá mais quantos povos. Sem querer, Denize? E de quantos mais ditadores reza a história?

De um ponto de vista mais restrito, os gangs do trafico de droga, incitam jovens a usar a droga, sem querer? Os violadores que abusam de crianças muitas vezes até à morte, fazem-no sem querer? Outro descuido? E quantos mais abusadores, que com certeza rezam as suas orações e pedem perdão dos pecados que cometem, poderemos enumerar?

Olha, amiga, sinto-me muito feliz por ser humana, porque a este tipo de pessoas que erram, eu não consigo perdoar.

Claro, como disse acima eu sei do que estás a falar. Falas da tua experiência pessoal, dos teus erros que, perante certas atrocidades, serão até virtudes!

Beijocas e que 2010 te traga um, ainda maior, crescimento pessoal para superares a pessoa maravilhosa que és!

Luísa

MINHA RESPOSTA

Ai Luísa, eu juro que não sei onde estava com a cabeça quando resolvi fazer esta postagem neste momento, em que tudo nos convida a confraternizar com quem amamos e a encher nosso coração de alegria e esperança, para o ano que se avizinha.

Mas acho que me expressei mal. Em nenhum momento quis dizer que acredito que, quem faz as coisas que você citou, faz isso sem querer. Acredito, como você, que faz de caso pensado, mas mergulhado na ilusão. Na ilusão de que o mundo é dos mais fortes, de que está acima do bem e do mal, de que pode tudo. Mas penso que o mal é uma grande ilusão, que um dia será desfeita pela luz da verdade. Só o bem faz sentido, embora alguns ainda não tenham percebido isso.

O que não posso deixar de pensar, é que muitas pessoas que consideramos violentas tiveram um histórico difícil de violência familiar na infância e muitas vezes não souberam lidar com isso. Isso pode não justificar as atrocidades cometidas, mas pode explicar.

Então eu me pergunto: se eu tivesse vivido a experiência de uma infância violenta ou as trajetórias de vida que tiveram as pessoas cujos atos me parecem revoltantes, eu seria a pessoa que sou hoje? Com os valores que tenho hoje? E se quiser ser absolutamente sincera comigo mesma, a minha resposta teria que ser: não sei. Talvez sim, talvez não. Nunca vou ter absoluta certeza de que, se estivesse no lugar do outro, na pele do outro, faria melhor que ele. Então, como julgar?

No mais, somos iguais. Por mais que tenha lindas teorias sobre muitas coisas e acredite verdadeiramente nelas, na prática muitas vezes as teorias não se concretizam. Também sou muito humana e certas coisas para mim ainda são revoltantes, inadmissíveis e imperdoáveis. Minha compaixão simplesmente desaparece, em determinadas situações. Talvez a nossa única diferença seja o fato de que não consigo me sentir feliz com isso.

Talvez eu queira a utopia, como coloquei num comentário que fiz: recolher as pedras que me atiram, e através do amor, transformá-las e devolvê-las em forma de flores para quem as atirou. Mas quem consegue?

Acho uma maravilha estes debates do Bem, você não imagina quanto! Adoro visões diferentes da minha, tão bem colocadas como as que você traz! Me fazem refletir bastante! Estou tão longe de ser a dona da verdade...

Obrigada por vires complementar meu singelo texto, com as tuas opiniões sempre inteligentes e oportunas.

Tu és uma pessoa muito especial, Luísa! E te tornaste uma amiga muito especial para mim, nesta nossa convivência virtual.

Mais Beijos!

Denize

COMENTÁRIO DA LUÍSA 

Denize,

Bom dia! Bom Ano Novo!
Hoje não quero pensar (mentira! rs). Vou preparar-me para a passagem do ano! :)

Mas voltando à vaca fria (à conversa anterior), eu percebo o teu ponto de vista e concordo com ele até certo ponto. Digamos que para "certos" erros. A minha alma é pequena, atrofiada e muito pouco evoluída. Não tenho aquela capacidade magnifica dos sábios, que tudo compreendem e perdoam.

Consigo perdoar e pedir perdão de atitudes, muitas vezes irreflectidas, que povoam o nosso dia-a-dia. Enganos, pontapear e passar à frente, juízos de valor, irreverências e arrogâncias. Aqui estamos a falar das nossas próprias misérias, que consoante a nossa evolução interior temos o dever de perdoar e ser perdoados. Temos o dever de dar outra e outra e todas as oportunidades que consideramos necessárias. Assim como temos que ter a humildade de pedir oportunidades e perdão.

Mas, como disse atrás, não consigo perdoar a assassinos, violadores, traficantes de drogas e seres humanos, raptores, ditadores e outros seres arrepiantes. Por muitas justificativas psicológicas que me apresentem eu só consigo percebe-las racionalmente, mas não consigo perdoar. E mais, arrogo-me no direito de tecer juízos de valor sobre essa gente! (Sou mesmo pérfida! rsrs)

Querida amiga, excelente contadora de histórias, excelente livre-pensadora, gosto muito de ti!

Que 2010 nos traga muitas discussões como esta, porque é a partir daqui que conseguimos vislumbrar outros caminhos e opções.

Beijos
Luísa 

MINHA RESPOSTA

Querida e Pérfida Luísa!...rs. Obrigada pelos elogios! Também gosto muito de ti.

E também espero que possamos ter inúmeros Debates do Bem neste ano que se inicia!

Mas podem ser entremeados por algumas Conversas da Treta! Você sabe que não resisto a isso...rsrs

Bjs Denize

Esta é mais uma forma que o Blog da Comentarista encontrou para divulgar o trabalho dos amigos. Aprecie os comentários e não deixe de fazer uma visita ao Autor. 

E sinta-se a vontade para deixar sua opinião...

12 comentários:

  1. Olá amiga Denize!

    Adorei o debate, mas discordo das duas... (risos)... Brincadeirinha... Na verdade concordo em parte com as duas.

    Acredito que ocorreram muitos erros feitos com intenções legítimas (as quais a pessoa acredita que aquilo é certo por influência e/ou cultura), mas nem por isto acho que o erro deve ser relevado ou atenuado quando envolve questões universais como assassinatos, escravidão ou sofrimento humano. Um exemplo: em um caso de adultério em algum lugar onde o apedrejamento é a pena comum. Quem atirou a pedra que matou a pessoa é um assassino? No meu ponto de vista sim. Mas também entendo que ela agiu de forma que acredita que está correta. Irônico, não?

    Porém também pode-se ver na história pessoas (psicopatas certamente) que manipulam massas para atingir resultados nefastos. os quais certamente foram conscientes. Um exemplo: Hoje se noticia alguns casos de escravos no Brasil. Como acreditar que a pessoa não sabe o que está fazendo. Ela age apenas pensando em si e no dinheiro. Neste caso é mais fácil pensar em como punir.

    São dois casos interessantes. Que acredito que englobem ambas as posições no debate muito bem feito pelas amigas.

    A questão que fica na minha cabeça é se estas pessoas deviam ser tratados diferentes? Pois ao meu ver se as tratarmos diferentes estaremos tolerando atrocidades, não? Isto não seria, de certa forma, ser conivente com o ato?

    Forte abraço, Fernandez.

    P.S. desculpe se me estendi no comentário, mas adorei o debate e acabei me empolgando um pouco.

    ResponderExcluir
  2. Oi amada Denize, interesante o debate entre as daus queridas amigas.Concordo em parte com ambas. Olha a compaixão foi esquecida ou pelo menos deixada de lado pela maioria das pessoas.Senti isso an pele domingo quando precisei de alguem que em ajudasse elvar minha Mel pra clínica e meu cunhado dissse que não colocava cachorro no carro dele. Sabe o que e´pior miga, é alguém que se diz muito religioso, vive enfiado dentro da igreja evangélica que frequenta. Ai me diz , Jesus ensinou essa falta de compaixão com um ser vivo? Creio que não .
    Parabéns pelo post miga.
    Beijos no coração
    Márcia Canêdo

    ResponderExcluir
  3. Denize,

    Este teu poste merece um brinde! Do que tu te foste lembrar! ahahahah

    E tivéssemos nós mais tempo, a coisa não ficava por aqui. As palavras e as ideias são como as cerejas! rsrsrsr

    Adorei ver-me no teu espaço!

    Beijinhos
    Luísa

    ResponderExcluir
  4. Sinceramente, a discussão de vocês me fez refletir muito sobre o tema.

    É, discussões boas rendem idéias maravilhosas :)

    Abraços.

    ResponderExcluir
  5. Que Post Fantástico!
    AMIGA DENIZE, viajar lendo os seus magníficos texto é acessar uma fonte de conhecimentos verdadeiramente importante para o nosso aprendizado.
    QUE FIM LEVOU NOSSA COMPAIXÃO?
    Acho que 99% das discórdias muito bem poderiam ser evitadas. Ocorre amiga, que, a grande maioria teima em querer ler os pensamentos dos companheiros e amigos e tem a petulância de afirmar que tem a absoluta certeza que fulano é assim e assado e beltrano é cozido e ou cru.
    Que o sicrano não gosta e muito menos o admira ou não tem qualquer respeito ou referenciais de valores de outros parceiros. Quando o tempo prova ao contrário, o cidadão fica com a cara no chão. Por exemplo, é o caso do amigo fingido, que está a paparicar diariamente e ininterruptamente, subitamente ao em primeiro embate é o primeiro a sumir, e por aí vai, tudo isso por causa da bendita mania de julgar precipitadamente e sentenciar as pessoas sem conhecer.
    Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça. João. 7:24.
    Agora eu não sei se respondi a pergunta do seu Post, de repente me perdi, eu não sei, mas, eu acho que o meu comentário está ligado ao tema.
    Parabéns por mais um excelente Post!
    Abraços,
    LISON.

    ResponderExcluir
  6. Olá querida amiga Denize,

    Este post está simplesmente maravilhoso.
    Um debate riquíssimo entre as queridas amigas e que, necessariamente se tornou polêmico, tão díspares as situações levantadas à época, e, cada qual, com seu ponto de vista vislumbrando a retidão do pensamento.

    Pois é, a questão da compaixão se descaminha, mas, importante sua consideração, eis que a compaixão, a bondade e a misericórdia devem seguir juntas na condução do julgamento das ações assoladoras e violentas que foram levantadas. Sem elas, não se faz a justa justiça.

    Beijo amada e fique com a paz, o amor e a misericórdia do Senhor.
    Carinhoso e fraterno abraço,
    Lilian

    ResponderExcluir
  7. Olá Denize,

    Sem dúvida esse foi um debate enriquecedor: quem não aprendeu algo teve, no mínimo, muitas oportunidades de reflexão. Acho que não tenho muito a contribuir, mas, vamos lá...

    Acho que a discussão começou devido a uma frase: ninguém erra de propósito. Imagino que você quis dizer que ninguém que queira acertar erra de propósito. No exemplo que Luísa deu, essa pessoa queria mesmo errar. Talvez seja essa a diferença.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  8. Penso que não somos ninguêm a julgar os outros. Mas... coloque-se no lugar da pessoa que foi alvo, a que sofreu, como fica?

    è mto fácil, ah vc perdoa e td bem somos amiguinhos, perdoo sim, se quem fez (e não existe isso de sem querer ou incoincientemente, pois se não tiver algum problema mental, todos sabem mto bem discernir o certo do errado), passe pelas mesmas situações, passe pelos mesmos constrangimentos, ferimentos e se for o caso até a mesma forma de morte, e qua a familia dessa pessoa também sofra as mesmas consequências da familia de quem foi o alvo, dai sim cabe até um perdão, caso contrário, abram as portas das cadeias, lá só tem pessoas boas e que não foram bem compreendidas...

    Olho por olho, funciona sim! o sujeito(a) vai pensar um pouco mais antes de sequer pensar em prejudicar ao outro.

    O mundo é maravilhoso, o que estraga são os seres humanos...

    ResponderExcluir
  9. nem preciso ler para saber se eu perdoaria? agora assim...tudo depende da índole da pessoa q cometeu tal crime, índole nao tão jeito ou salvação...Isso eh fato!...

    ResponderExcluir
  10. Oi Herval, concordo que não é fácil perdoar ou compreender os "maus", principalmente quando somos suas vítimas.

    Mas penso que existe tanto medo e insegurança por trás da agressividade humana e que poderia, pelo menos em alguns casos, ser amenizada por um pouco de compreensão...

    Mas percebo claramente que estou um pouco solitária nesta visão e claro, respeito as opiniões divergentes.

    Bjs

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante e esse espaço é seu. Aqui você pode concordar, discordar, ensinar, enfim, passar a sua visão e experiência de vida. E sempre procuro responder a todos.

Só tem um detalhe: comentários agressivos e com palavrões não serão publicados, porque vão de encontro à proposta deste blog, que é contribuir ainda que modestamente, para a Paz e Harmonia.

Desde já agradeço a atenção.