Sempre observei nas pessoas o receio de se tornarem dependentes dos outros e mesmo de reconhecerem como alguém é importante e necessário nas suas vidas. Eu mesma reconheço em mim essa dificuldade.
Gostamos de pensar em nós como sendo independentes, donos do "nosso nariz". E alguns chegam a agir como se os outros fossem descartáveis.
Na doença grave, quando não podemos nos movimentar é que temos a verdadeira noção da nossa fragilidade e da nossa total dependência em relação aos nossos semelhantes. Nesse momento, os que se dispõem a nos tratar são mais que necessários, são vitais. E que baque para o nosso orgulho. E que dolorosa lição de humildade dependendo do grau da nossa arrogância.
O excelente texto da Autora, traça um paralelo entre ser importante e ser necessário. E discorre magnificamente bem sobre a diferença entre as duas coisas. E quase me convence, sou obrigada a confessar.
Mas mantenho a convicção de que algumas pessoas são mais que importantes na nossa vida, são extremamente necessárias. E quando elas partem uma parte de nós segue com elas, morre um pouco, ainda que a vida continue e possa nos trazer outras pessoas especiais.
Então não vejo problema em dizer para alguém: eu preciso de você. Mas atenção, isso não é sinônimo de dizer: eu vou perseguir você ou eu vou sufocar você com a minha necessidade. E nesse ponto concordo totalmente com a autora do texto, texto este que você não pode deixar de ler(é só clicar no link do título que aparece no final da postagem).
Ouvi certa vez uma frase que nunca mais esqueci e que infelizmente comprovei ser verdadeira. Não sei a quem atribuir, mas dizia mais ou menos assim:
Muitas vezes na nossa cegueira, só percebemos a dimensão do espaço que uma pessoa ocupa nas nossas vidas, pela dimensão do vazio que ela deixa quando vai embora. E muitas vezes esta percepção chega tarde demais, sem que nem ao menos tivéssemos dito: eu amo você.
Segue o comentário:
Oi Jackie,
Que maravilha de texto! E com a sua argumentação brilhante que aprendi a admirar...
Mas penso um pouquinho diferente. Acho que algumas pessoas são necessárias na vida da gente porque são especiais e importantes.
Mas em contrapartida elas não são especiais e importantes porque são necessárias. Não sei se você consegue perceber a diferença.
Para mim, elas são especiais e importantes apenas porque tornam minha vida melhor, me permitem partilhar sonhos e emoções e até algumas tristezas. Tem o poder de tornar minha trajetória por aqui menos solitária e mais feliz. E sinto falta delas quando se ausentam e gosto de saber se estão bem.
Acredito que jamais seria feliz num lugar onde não houvesse outras pessoas. Sinto necessidade de interação com meu semelhante, inclusive de uma maneira geral. Sempre digo que quando não puder mais ser útil, posso fazer as malas e partir tranquilamente.
Acho que como tudo na vida, o problema está sempre no exagero. E a partir daí concordo com tudo o que você escreveu no texto.
Depositar nossos sonhos e esperanças, nossa felicidade nas mãos dos outros sem dúvida é uma responsabilidade que ninguém merece ter. E não tem mesmo.
Penso que ninguém tem o direito de cobrar atenção e amor de quem quer que seja. Isso tem que ser espontãneo e acontece naturalmente.
Mas também aprendi que certas ausências deixam algumas áreas vazias no coração. Descobri isso quando perdi meu pai. Mas isso não impede que outros afetos apareçam e se estabeleçam. E a vida segue...
Este teu post dá o que pensar, sem dúvida. Adorei!
Como você é importante para mim, resolvi dar uma passadinha aqui, estava com saudades também.
Bjs
Denize
Autora: Jackie Freitas
Texto a que se refere o Comentário: Ser Importante ou Necessário?
Sabe amiga, quem não depende, somos eternos dependentes, se assim não fosse nossas vidas se tornariam muito vazias, não acha?
ResponderExcluirAbraços forte
Que Post Fantástico!
ResponderExcluirAmiga DENIZE:
Com certeza é um dos seus melhores artigos. Repleto de variáveis que nos remete a refletir sobre o todo da dependência ou não dos demais conhecidos amigos, etc.
Bem, eu particularmente eu dependo e muito dos meus amigos, porém, lhe confesso que eu não tenho mais medo de ser abandonado no amanhã. Seja em termos de dispor de alternativas ou não. Eu continuo a desafiar todas essas leis voltadas contra a confiança. Eu confio, e se disponho de algum bem que eu possa emprestar ou mesmo doar, eu faço, sem medo de perder. Já peguei tantos pinulinos que perdi o medo e vou mais longe. Agora na minha velhice o que antes desafiava era o medo da morte, também perdi o medo.
Para mim só tem sentido a minha vida se eu puder compartilhar as minhas conquistas, a minha confiança e dividir com os meus amigos as coisas importantes que eu tenho. Portanto, eu me sinto dependente, mas de sempre, querer dividir as minhas alegrias e até mesmo as tristezas quando elas batem a minha porta.
Eu sou 8 ou 88. Ou eu sou um amigo dependente, ou não sou amigo. Eu não comungo e nem sou 50% meio, sou 8 ou 88.
Parabenizo-a por sua generosidade em compartilhar conosco mais um texto impecável, encantador e reflexivo.
Eu tenho medo é de ter medo. Sou dependente sempre, sem meus familiares e amigos nada sou.
Parabéns pelo excelente post!
Abraços,
LISON.
Eu me lembro bem deste otimo texto da Jackie, como eu disse lá, repito aqui, se somos importantes para alguem já é um enorme prazer que podemos sentir. Necessários... prefiro ser para minha filha que é pequena e precisa de meus cuidados e atenção. Para um homem, desejo que me admire e me queira, como um ser digno de seus melhores pensamentos.
ResponderExcluirBjs
Dê, minha querida!
ResponderExcluirNossa, que bacana poder reler esse seu maravilhoso comentário e também voltar ao meu blog (rsrs) para reler o texto.
Amiga, continuo entendendo perfeitamente o seu ponto de vista e, igualmente, defendendo o que escrevi. Quando coloquei sobre importância e necessidade, estava me referindo às expectativas extremas que são depositadas nas mãos de outras pessoas e, desta forma, a responsabilidade de estar em sintonia com a vida, segundo as impressões delas. Acho que somos seres que temos a capacidade de construir através de nossas bases e experiências. Algumas pessoas, importantes para alguns e necessárias para outros, apenas reforçam essa base, mas não são elas as que devem ser responsabilizadas pelos tijolos colocados...esse trabalho é nosso, parte de nossos esforços e conquistas. Vejo muitas pessoas se isentando de suas responsabilidades, justamente por acharem que as outras "necessárias" deveriam assumir esse leme. Nesse sentido, acho egoísmo. Porém, como humana, concordo que vivemos interagindo e que em alguns momentos nos revelamos "necessitados" de suporte, amor e carinho, como um combustível e incentivo para a vida. Sim! Podemos necessitar, mas não a ponto de perder o próprio ar em função de outrem. Meus filhos terão esse sentimento e eu os incentivo a enxergarem o mundo sob a própria ótica, alimentando o caminho que leva ao conhecimento e que, assim, tenham o seu mundo...construam as suas bases. Sou, hoje, importante ou necessária, mas em algum momento da vida dele serei alguém que estará ao lado deles, apenas acompanhando e preparada para ajudá-los sempre. Isso é importante para eles e, pelos padrões maternos (rsrs) necessário de minha parte. Porém, quando eu morrer, não poderei mais ser necessária e passarei apenas a ser uma importante lembrança, como a pessoa que os ensinou a reconhecerem-se importantes no mundo!
No final, concordamos em alguns pontos e isso é ótimo!
Muito obrigada, amiga querida, pela oportunidade de reviver esse momento.
Grande beijo!
Jackie
Sempre dependemos um do outro, na vida é impossivel ser independente ou tentar querer viver só,isolado,tanto na familía como na sociedade. ,gostei muito do texto.
ResponderExcluirParabéns.
Abraço.
Minha querida amiga Denize, boa noite!!!
ResponderExcluirNão podemos viver a vida das outras pessoas, cada um como ser individual tem a sua própria vida e deve vivê-la plenamente, não devemos viver uma imposição de vida. Mas necessitamos uns dos outros para poder viver esta vida plena... aqui estamos para aprender a viver em harmonia com nossos semelhantes, praticando a fraternidade, a caridade, o amor e a compreensão, nisto sim, somos dependentes uns dos outros... dependemos do carinho, do amor, da fraternidade e do bem querer das outras pessoas para que vivamos felizes e em paz, caso contrário a vida não teria sentido, seria vazia.
Parabéns pela excelente postagem!
Grande abraço e muita paz!!!
Sabe querida Denize, o ser humano tem por natureza não querer depender dos outros , pelo menos a maioria das pessoas se sente desconfortável em saber que a ajuda alheia é inevitável. Mas a verdade é que não nos bastamos, somos mais frágeis do que admitimos e mais arrogantes que que deveríamos e somado isso pode nos levar a sofrer muito ao longo da vida. O pensamento que terminou seu texto é por demais verdadeiro, muitas vezes só admitimos que alguém é necessário em nossas vidas tarde demais.
ResponderExcluirBeijos no coração
Márcia Canêdo
Acredito, amiga Denize, que o medo de ser dependente para alguns tem o sentido de se tornar refém, passando pelo orgulho e o medo da humilhação. Infelizmente, a sociedade cobra um modelo de independência, seja emocional ou financeira, que assusta àqueles com maior dificuldade de superar suas próprias limitações.
ResponderExcluirNo final das contas, dependemos de outros para a nossa própria sobrevivência...
Meu afetuoso abraço,
Yolanda
Oi Príncipe, penso que ninguém nasceu para viver isolado.
ResponderExcluirPor mais que nos tornemos independentes vai chegar uma hora que precisaremos de alguma ajuda. E ainda que a idéia não nos agrade, há casos em que essa ajuda pode significar nossa própria sobrevivência. Somos necessários uns aos outros, é isso que acredito.
E penso também que a consciência disso pode melhorar a qualidade do nosso relacionamento com as pessoas. Ninguém está livre de algum dia necessitar inclusive da ajuda de algum desafeto.
Abração, amigo!
Oi Lison, obrigada! O mérito dos meus "comentários" neste blog, vai ser sempre dos artigos inspiradores dos amigos.
ResponderExcluirMas você trouxe um novo enfoque bem interessante. Dependência e Confiança. Acho que o medo de assumirmos nossa fragilidade e dependermos dos outros, realmente pode se relacionar ao fato de que corremos o risco das pessoas nos "faltarem" na hora em que mais precisamos ou usarem nossas fragilidades contra nós. E isso pode mesmo ocorrer.
Mas o medo das coisas não nos livra delas, até onde pude constatar. Ao contrário... E eu também já perdi o medo...
Nos relacionamentos humanos não há garantias, já que todos nós temos nossas dificuldades.
Mas penso como você. Não gosto da idéia de passar a vida com "um pé atrás", achando que vou me decepcionar a qualquer momento.
Quando a confiança se estabelece procuro vivenciar meus relacionamentos pessoais sem maiores preocupações. Se algo falhar, a gente perdoa ou pede perdão e segue adiante.
O fato é que, na minha visão, sem os outros nada somos.
Grande Abraço
Oi Sis, entendo o que você quer dizer. Mas penso que somos fundamentais uns aos outros. E isso transcende o fato de precisarmos de cuidados. O afeto que conquistamos e partilhamos faz com que a gente se busque... Penso que algo fica incompleto no nosso coração quando a distância se torna irremediável...
ResponderExcluirBjs
Jackie minha amiga, foi com muita alegria que postei o meu comentário com o franco propósito de divulgar teu lindo trabalho e contribuir modestamente para que mais gente o conheça.
ResponderExcluirMas menina, acho que nunca me aconteceu nada parecido. Não me lembro de discordar de alguém concordando tanto...rs.
Mas talvez a nossa divergência se deva ao fato de termos trajetórias diferentes de vida.
Conheci pessoas que foram mais que necessárias na minha vida, foram fundamentais. Muito do que sou hoje devo ao muito que aprendi com elas. Algumas dessas pessoas eu perdi em um determinado momento, por diversos motivos. E quando algumas partiram eu perdi literalmente o ar, pelo menos no momento em que isso aconteceu. Fiquei sem chão até.
Não vejo o que pode estar errado nas lágrimas que derramamos por aqueles que nos são caros. Por precisarmos de um tempo de luto. Por reconhecer que algo dentro de nós morre um pouco com certas ausências..
As pessoas não são descartáveis. E algumas delas são insubstituíveis no nosso coração. Você agrega novos afetos, mas aquele espaço permanece intacto e quando alguma coisa provoca lembranças aquele vazio se torna perceptível.
Quando estamos incapacitados, seja por velhice ou por alguma fatalidade a nossa fragilidade e a nossa dependência dos outros fica patente. E se torna uma questão de vida ou morte.
Penso que não há demérito algum em reconhecer isto. Existem situações que podem ocorrer com qualquer um de nós e termos a humildade de perceber que não somos nada sem os outros muitas vezes se torna muito difícil, quando passamos a vida valorizando e enaltecendo a nossa suposta autosuficiência.
A vida segue, mas não altera o fato de que acumulamos dívidas de gratidão com todos aqueles com quem interagimos e nos ajudaram a chegar onde chegamos, sejam eles chamados pais, amigos, irmãos ou amores. Sem eles onde estaríamos hoje? Cada um deles tem um lugar especial no meu coração para toda a eternidade.
Agora, isso não tem nada a ver com não assumirmos a nossa responsabilidade pelos nossos atos. Concordo com você totalmente e entendo perfeitamente o que você quer dizer.
É cômodo jogar a culpa dos nossos fracassos nos ombros alheios, mas é também um enorme erro de avaliação. A construção da nossa trajetória neste mundo é tarefa pessoal, ainda que quando construída em bases solidárias suavize o caminho para todos nós.
E também concordo que sufocar os outros com nossas necessidades e nossa carências, cobrando de terceiros coisas que nos competem realizar não faz sentido. Atrelar a nossa felicidade aos passos de quem tem também suas dificuldades e instabilidades, de quem é absolutamente livre para ficar ou partir e pode não atender nossas expectativas, é plantar sementes de tristeza e decepção cujos frutos ruins provavelmente serão colhidos no futuro.
Opa, não tinha como não me empolgar na resposta...rs. Eu já disse que você escreve tão bem e sobre temas tão instigantes que não tem como a gente não ficar a pensar... Como eu te disse, até agora não sei se nossas opiniões são divergentes ou simplesmente complementares.
Obrigada, querida amiga, por sua participação aqui e por permitir essa postagem no meu singelo blog.
Bjinhos
Oi Fátima, penso como você, a independência completa é uma ilusão que facilmente se desfaz com as voltas que a vida dá. Ninguém está livre de precisar ser socorrido ou de necessitar do apoio de alguém para levantar e seguir seu caminho.
ResponderExcluirBjs
Oi Dú,
ResponderExcluirConcordo com você. A vida de cada um de nós é responsabilidade pessoal, mas isso não altera o fato de que somos seres sociais e que crescemos como pessoa através das interações com os outros.
Dependemos das pessoas para nos tornarmos verdadeiramente felizes, sem o enorme vazio que você tão bem citou.
E em alguns momentos extremos dependemos dos outros para a nossa própria sobrevivência.
Gosto muito dos seus comentários, viu?
Abração, amigo!
Oi Márcia,
ResponderExcluirAcho que nosso orgulho e nossa arrogância atrapalham bastante nesta questão.
Reconhecer que não estamos livres de depender dos outros para simplesmente sobreviver, signifiica algumas vezes abrir mão da nossa suposta superioridade em relação àqueles que julgamos inferiores, seja intelectualmente, seja socialmente.
E dependendo da nossa trajetória, pode ocorrer que justamente esses, que de alguma forma menosprezamos, sejam os únicos dispostos a nos entender a mão. Que dura lição essa!
Bjs
Oi Yolanda,
ResponderExcluirAdorei suas colocações e concordo.
Temos mesmo medo de nos tornar refém dos outros e ficarmos à mercê da instabilidade alheia. Muitas vezes, só nos nossos momentos de fragilidade, é que temos a real idéia de com quem podemos verdadeiramente contar.
E também penso que a sociedade nos cobra um modelo de independência que me parece equivocado e que valoriza o indíviduo acima de tudo. E a partir disso o egoísmo impera...
Uma coisa é lutarmos nossas próprias batalhas pessoais e tentarmos evitar de nos tornarmos um ônus a mais para os outros, outra bem diferente é acreditar que não precisamos de ninguém. Essa acho que é uma ilusão que a vida se encarrega de desfazer.
Bjs
Eu costume dizer que se vê a importância de uma pessoa pelo barulho que se ouve quando parte...
ResponderExcluirUm provérbio francês diz “que se reconhece a felicidade pelo barulho que faz…quando parte” (e aqui “parte “ é para ler em todos os sentidos…).
ResponderExcluirNão gosto de provérbios…são demasiado parecidos com as pessoas…
Mas não me custa reconhecer (e acreditem que me custou!!!) que quem disse isso não era nenhum parvo…
Por (muito) pouco ia-me acontecendo (eu sei…já nos aconteceu a todos…mas permitam que me preocupe mais comigo…
(Na minha cabeça) deu-se um estrondo infernal, partia o amor ficava (n)a merda…
Difícil de aguentar…
A perda não era de somenos…
Era um amor maior que eu…e até mais…
Talvez se tenha tornado frágil…
Talvez fosse demasiado grande para mim…
Talvez não o merecesse… (este talvez é mesmo duvidoso…)
Que importa?
A verdade é que não o vi…(de tão grande? Talvez…)
O (meu) amor batia com a porta…
E eu?
Eu estava do lado errado da porta…
Ficava apenas uma vontade…
Partir! E partir-me…
Mas isto não se faz!
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Hoje estou aqui…
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